Nucleation
The harvesting of pearls, the very process, is a continuous systematic violation of flesh: insert the mantle tissue of a foreign creature into the oyster shell and wait for its insides to react. This is called nucleation. Panicked, the oyster produces nacre. Trapped in the nacre, the invasive agent—the parasite or mantle tissue—is subsumed by the pearl.
To domesticate, then, is to force-feed. Mikimoto, in his dreams, wanted a string of pearls to glow around the neck of every woman in the world. Like the bioluminescent waters of his youth, a deep-sea dive, the pearls became warm upon touch, upon being worn.
Women wear the trauma of other creatures around their necks, in an attempt Adorn the self on their own. Adorn the self to be adored. What if we fail? What if we are failures at love? A man once called me “adorable” on a date at a museum. It was hailing outside, and we were wandering through the Death and Transcendence wing. I looked into a woman’s tomb, its mother-of-pearl inlays. A limp body looked back, into the gap around my neck. I had no amulet, I had no protection.
Nucleação
A apanha de pérolas, o próprio processo, é uma violação sistemática e contínua da carne: o tecido do manto de uma criatura estranha é inserido na concha da ostra e espera-se que o seu interior reaja. A isso chama-se nucleação. Capturada pelo pânico, a ostra produz nácar. Encurralado na madrepérola, o agente invasor - o parasita ou tecido do manto - é absorvido pela pérola.
Domesticar, então, é alimentar a força. Mikimoto, nos seus sonhos, queria um colar de pérolas que brilhasse à volta do pescoço de todas as mulheres do mundo. Tal como as águas bioluminescentes da sua juventude, uma imersão nas profundezas do mar, as pérolas ao serem usadas, aquecem com o toque.
As mulheres vestem o trauma de outras criaturas à volta dos seus pescoços, na tentativa de adornar o próprio eu. Adornar o eu para ser adorado. E se fracassarmos? E se fracassarmos no amor?Um homem uma vez apelidou-me de "adorável" num encontro num museu. Granizava lá fora, e vagueávamos pela ala da Morte e da Transcendência. Olhei para dentro de uma tumba de mulher, para as suas incrustações de madrepérola. Um corpo inerte, em resposta, olhou para trás, para a falha à volta do meu pescoço. Eu não tinha amuleto, eu não tinha proteção.
The harvesting of pearls, the very process, is a continuous systematic violation of flesh: insert the mantle tissue of a foreign creature into the oyster shell and wait for its insides to react. This is called nucleation. Panicked, the oyster produces nacre. Trapped in the nacre, the invasive agent—the parasite or mantle tissue—is subsumed by the pearl.
To domesticate, then, is to force-feed. Mikimoto, in his dreams, wanted a string of pearls to glow around the neck of every woman in the world. Like the bioluminescent waters of his youth, a deep-sea dive, the pearls became warm upon touch, upon being worn.
Women wear the trauma of other creatures around their necks, in an attempt Adorn the self on their own. Adorn the self to be adored. What if we fail? What if we are failures at love? A man once called me “adorable” on a date at a museum. It was hailing outside, and we were wandering through the Death and Transcendence wing. I looked into a woman’s tomb, its mother-of-pearl inlays. A limp body looked back, into the gap around my neck. I had no amulet, I had no protection.
Nucleação
A apanha de pérolas, o próprio processo, é uma violação sistemática e contínua da carne: o tecido do manto de uma criatura estranha é inserido na concha da ostra e espera-se que o seu interior reaja. A isso chama-se nucleação. Capturada pelo pânico, a ostra produz nácar. Encurralado na madrepérola, o agente invasor - o parasita ou tecido do manto - é absorvido pela pérola.
Domesticar, então, é alimentar a força. Mikimoto, nos seus sonhos, queria um colar de pérolas que brilhasse à volta do pescoço de todas as mulheres do mundo. Tal como as águas bioluminescentes da sua juventude, uma imersão nas profundezas do mar, as pérolas ao serem usadas, aquecem com o toque.
As mulheres vestem o trauma de outras criaturas à volta dos seus pescoços, na tentativa de adornar o próprio eu. Adornar o eu para ser adorado. E se fracassarmos? E se fracassarmos no amor?Um homem uma vez apelidou-me de "adorável" num encontro num museu. Granizava lá fora, e vagueávamos pela ala da Morte e da Transcendência. Olhei para dentro de uma tumba de mulher, para as suas incrustações de madrepérola. Um corpo inerte, em resposta, olhou para trás, para a falha à volta do meu pescoço. Eu não tinha amuleto, eu não tinha proteção.