Nous
Nous aurons des douches neuves remplies d’alluvions et d’odeurs atroces.
Nos corps pleureront des gouttelettes de suie brune.
Tu verras comme nous serons heureux.
Tous les jours, nous encenserons nos quinze ans.
Nos fauteuils de velours râpé atteindront la cime des cieux, nous aurons même la foi.
Les devins s’arrêteront à notre porte fermée pour quérir un verre de lait.
Nos enfants ne diront jamais rien.
Les matins seront chauds, les soirs froids.
Nos yeux ne se quitteront que pour aller cueillir des pommes vertes que nous laisserons paresseusement choir dans un grand panier d’osier aux éclats ternes.
Tu verras comme nous serons heureux.
Nous donnerons des perles aux cochons, des sous aux pauvres, de l’alcool aux alcooliques, des baisers aux amoureux, de la viande aux chiens, des poissons aux oiseaux et du blé aux assassins.
Nos amis ne nous quitteront plus.
Nous mettrons nos mères et nos pères au champ d’honneur.
Les alchimistes gérontologues feront le pied de grue devant des fenêtres que nous aurons nombreuses et propres.
La musique adoucira nos mœurs terribles et dégradantes.
Nous parlerons français avec un accent salvadorien afin de se rappeler notre défunt Chico mort à la guerre comme une carpe.
Nous aurons des oiseaux de proie blottis au creux des armoires, des coqs en pâte et des poules au pot.
Nombreux seront nos ennemis.
Tu verras comme nous serons heureux.
Nós
Vamos ter chuveiros novos cheios de aluviões e cheiros atrozes.
Os nossos corpos irão chorar gotas de fuligem.
Verás como seremos felizes.
Todos os dias incensaremos os nossos 15 anos.
Os nossos sofás de veludo puído alcançarão o topo dos céus, até fé vamos ter .
Os videntes deter-se-ão na nossa porta fechada para pedir um copo de leite.
Os nossos filhos nunca dirão nada.
As manhãs serão quentes, as noites frias.
Os nossos olhos só se separarão para ir colher maçãs verdes
que deixaremos preguiçosamente cair numa grande cesta de vime em pedaços mornos.
Verás como seremos felizes.
Daremos pérolas aos porcos, dinheiro aos pobres, álcool aos alcoólicos, beijos aos amantes, carne aos cães, peixes às aves e trigo aos assassinos.
Os nossos amigos nunca nos vão deixar.
Meteremos as nossas mães e os nossos pais no campo de batalha.
Os alquimistas gerontólogos esperarão de pé diante das janelas que teremos numerosas e limpas.
A música suavizará nossos costumes terríveis e degradantes.
Falaremos francês com sotaque salvadorenho para lembrar o nosso falecido Chico morto na guerra como uma carpa.
Teremos aves de rapina aninhadas no fundo dos armários, galos em argila e galinhas no pote.
Numerosos serão os nossos inimigos.
Verás como seremos felizes.
Nous aurons des douches neuves remplies d’alluvions et d’odeurs atroces.
Nos corps pleureront des gouttelettes de suie brune.
Tu verras comme nous serons heureux.
Tous les jours, nous encenserons nos quinze ans.
Nos fauteuils de velours râpé atteindront la cime des cieux, nous aurons même la foi.
Les devins s’arrêteront à notre porte fermée pour quérir un verre de lait.
Nos enfants ne diront jamais rien.
Les matins seront chauds, les soirs froids.
Nos yeux ne se quitteront que pour aller cueillir des pommes vertes que nous laisserons paresseusement choir dans un grand panier d’osier aux éclats ternes.
Tu verras comme nous serons heureux.
Nous donnerons des perles aux cochons, des sous aux pauvres, de l’alcool aux alcooliques, des baisers aux amoureux, de la viande aux chiens, des poissons aux oiseaux et du blé aux assassins.
Nos amis ne nous quitteront plus.
Nous mettrons nos mères et nos pères au champ d’honneur.
Les alchimistes gérontologues feront le pied de grue devant des fenêtres que nous aurons nombreuses et propres.
La musique adoucira nos mœurs terribles et dégradantes.
Nous parlerons français avec un accent salvadorien afin de se rappeler notre défunt Chico mort à la guerre comme une carpe.
Nous aurons des oiseaux de proie blottis au creux des armoires, des coqs en pâte et des poules au pot.
Nombreux seront nos ennemis.
Tu verras comme nous serons heureux.
Nós
Vamos ter chuveiros novos cheios de aluviões e cheiros atrozes.
Os nossos corpos irão chorar gotas de fuligem.
Verás como seremos felizes.
Todos os dias incensaremos os nossos 15 anos.
Os nossos sofás de veludo puído alcançarão o topo dos céus, até fé vamos ter .
Os videntes deter-se-ão na nossa porta fechada para pedir um copo de leite.
Os nossos filhos nunca dirão nada.
As manhãs serão quentes, as noites frias.
Os nossos olhos só se separarão para ir colher maçãs verdes
que deixaremos preguiçosamente cair numa grande cesta de vime em pedaços mornos.
Verás como seremos felizes.
Daremos pérolas aos porcos, dinheiro aos pobres, álcool aos alcoólicos, beijos aos amantes, carne aos cães, peixes às aves e trigo aos assassinos.
Os nossos amigos nunca nos vão deixar.
Meteremos as nossas mães e os nossos pais no campo de batalha.
Os alquimistas gerontólogos esperarão de pé diante das janelas que teremos numerosas e limpas.
A música suavizará nossos costumes terríveis e degradantes.
Falaremos francês com sotaque salvadorenho para lembrar o nosso falecido Chico morto na guerra como uma carpa.
Teremos aves de rapina aninhadas no fundo dos armários, galos em argila e galinhas no pote.
Numerosos serão os nossos inimigos.
Verás como seremos felizes.