Mostrar mensagens com a etiqueta nazaret ranea. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta nazaret ranea. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, fevereiro 28, 2024

nazaret ranea


Dejadme sola
 
Dejadme sola,
para que me funda con la colcha
y no molestar a nadie
con mis sollozos de aire.
 
Sola, para taparme la cara
con estas manos tan gordas,
infladas a rascarse los ojos,
a teñirse de sangre,
rojas ya de apretar limosnas,
de secarme la boca.
 
Ajustes de privacidad
Dejadme sola,
porque tengo hambre,
porque tengo frío,
los dedos llenos de sabañones,
el pecho cogido.
 
Dejadme que me tire del pelo,
que se me desquicien los oídos
de aguantar en la garganta
 
mi medio grito,
de escuchar un zumbido quieto
que llegó porque me he ido.
 
Dejad que me entre sed,
que me ciegue un relámpago,
que salte y corra el riesgo de caer
por no atarme los zapatos.
 
Dejadme sola,
a ver si así adivino
por qué me vine aquí
a pasar penas,
a tener sueño,
a olvidarme de lo mío.
 
 
Deixem-me sozinha
 
Deixem-me sozinha
para que me dissolva na colcha
e não incomode ninguém
com os meus soluços de ar.
 
Sozinha, para tapar a cara
com estas mãos tão gordas,
inchadas de coçar os olhos,
de tingir-se de sangue,
vermelhas já de apertar esmolas,
de secar a boca.
 
Deixem-me sozinha,
porque tenho fome,
porque tenho frio,
os dedos cheios de frieiras,
o peito arrancado.
 
Deixem-me arrancar o cabelo,
que se me enlouqueçam os ouvidos
de suportar na garganta
 
O meu meio grito,
de ouvir um zumbido quieto
que chegou porque eu parti.
 
Deixem que me entre sede,
que me cegue um raio,
que salte e corra o risco de cair
por não atar os sapatos.
 
Deixem-me sozinha,
para ver se assim adivinho
por que vim aqui
a passar penas,
a ter sonho,
para me esquecer do meu.