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quinta-feira, dezembro 12, 2024

valeria burgos nascimento


Sangre materna
 
Soy exilio del cuerpo de mi madre
la escucho llorar en mis huesos
pero no logro que mi piel se abra y me deje entrar
para que mi mamá me consuele del revés de su mano contra mi cara,
de su letra que con sangre entra y del miedo a recordar la difunta primavera.
Mi mamá trata de cocer la herida de mi nacimiento con las manos de dios
pero ella nos inunda de sangre seca y un llanto amargo.
Y yo no logro escapar de la sangre de mi mamá
 
 
 
 
Sangue materno
 
Sou exílio do corpo da minha mãe
ouço-a chorar nos meus ossos
mas não consigo que a minha pele se abra e me deixe entrar
para a minha mãe me consolar com o reverso da sua mão no meu rosto,
com a sua letra que com sangue entra e do medo de lembrar a defunta primavera.
A minha mãe trata de cozer a ferida do meu nascimento com as mãos de deus
mas ela inunda-nos de sangue seco e de um choro amargo.
E eu não consigo escapar ao sangue da minha mãe.