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terça-feira, novembro 19, 2024

olivia oropeza


Todavía de piedra
 
La aspereza de la roca:​​
no saber tenerla, no poder tenerla
mas ser de roca en su contacto.
 
La dulzura de la fruta
que no existe en la saliva​​
hasta poner la boca en ella.
 
Despertar a la existencia de lo ajeno,
comprobar en el contacto sus matices,
abandonar el centralismo invicto,​​​ ​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​​​ autómata.​​
 
Sumergirnos en las profundidades,
un halo de luz rompa la superficie,
nos alcance en el sueño de lo uno:
 
bagaje antiguo y escondido de palabras,
 
discurso estéril que no sirve​​
sino para abandonarse:​​ ser rendido
 
Así, en el agua, me despiertas
y no sabemos si es tu boca
o es la mía, la boca que nos besa.
 
Así, en el entierro, que es el cuerpo, me das vida
y no sabemos si es tu cuerpo
o es el mío, esta mezcla que nos reconcilia.
 
Nadie está soñando​​
¿Nadie está soñando?​​
Nadie está, soñando
 
he elegido, de entre todas las palabras,
darte la ausencia en las definiciones:​​
ningún beso mío busca descifrar tu boca,​​
 
sino mantenerla interrogante
ante el pasar del tiempo.
 
Poder ser de tu boca en su saliva​​
y poder ser de piedra​​
y no tener que preguntarme.
 
 

 
Ainda de pedra
 
A aspereza da rocha:
não a saber ter, não a poder ter
mais ser de pedra ao seu contacto.
 
A doçura da fruta
que não existe na saliva
até nela pôr a boca.
 
Despertar a existência do estranho,
verificar no contacto os seus matizes,
abandonar o centralismo invicto,   
                                                     autómata.
 
Mergulharmos nas profundezas,
um halo de luz quebre a superfície,
alcance-nos no sonho de um:
 
bagagem antiga e escondida das palavras,
 
discurso estéril que só serve
para o abandono:   ser rendido
 
Assim, na água, acordas-me
e não sabemos se é a tua boca
ou é a minha, a boca que nos beija.
 
Assim, no enterro, que é o corpo, dás-me vida
e não sabemos se é o teu corpo
ou é o meu, esta mistura que nos reconcilia.
 
Ninguém está a sonhar
Ninguém está a sonhar?
Ninguém está, a sonhar
 
escolhi, de entre todas as palavras,
dar-te a ausência nas definições:
nenhum beijo meu procura decifrar a tua boca
 
antes mantê-la interrogante
perante a passagem do tempo.
 
Poder ser da tua boca em sua saliva
e poder ser de pedra
e não ter de me questionar.
 

quinta-feira, abril 25, 2024

olivia oropeza

 EL DILUVIO
 
Una poeta escribe de su madre:
 
Y la vida se cura en un diluvio
de luz contra el incendio
la lluvia nos bautiza
 
En este incendio que inició
mi madre al morirse
después de parirme
nunca llegará un diluvio
 
Las gotas que caigan
sobre el fuego
serán sólo sombras
 
alucinantes de calma
 
En este entierro al que acudo
cada día, donde mueres,
irremediablemente siempre,
madre, está lloviendo
 
La llovizna, una esperanza
un dibujo de tu silueta
joven y eterna
 
Y el diluvio que acaba con tu incendio
no es tu madre, madre, sino tu hija
 
que renace de la tierra
y retoma tu vida extinta,
y se llama muerte
 
y lleva tu nombre
 
y no se salva
 
 
 
 
 
O Dilúvio
 
Uma poeta escreve de sua mãe:
 
E a vida cura-se num dilúvio
de luz contra o incêndio
a chuva nos batiza-nos
 
Neste incêndio que iniciou
a minha mãe ao morrer
depois de me parir
nunca chegará um dilúvio
 
As gotas que caírem
sobre o fogo
serão apenas sombras
 
alucinantes de calma
 
Neste enterro a que acudo
todos os dias, onde morres,
irremediavelmente sempre,
mãe, está a chover
 
A morrinha, uma esperança
um desenho da tua silhueta
jovem e eterna
 
E o dilúvio que acaba com o teu incêndio
não é a tua mãe, mãe, mas a tua filha
 
que renasce da terra
e retoma a tua vida extinta,
e se chama morte
 
e anda com o teu nome
 
e não se salva