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quarta-feira, janeiro 03, 2024

bárbara arango

 
si soy ye pa que’l cuerpu mi güela dure’n mí
 
heredera’l panteón d’encaxes brancos
e una diosa sufría qu’habita’l cuerpu acristalau
llenu plantes (inerte — inherte)
dend’antes da memoria.
primoxénita d’un amor atayáu
n’alcordances afaraes n’una naturaleza rota
en cartes caducaes
d’espionaxes malograos, espeyos y llantos.
voi morrer sentá nun tronu dorao
vilo
canes y escayos coronarán meu rostro
perdíu nel reflexu d’un xardín del norte.
 
(¿inda ei querei mais?
no esiste.
esta llingua
ta morta)
 
 
se sou é para que o corpo da minha avó perdure em mim
 
herdeira do mausoléu de rendas brancas
e de uma deusa resignada que habita o corpo envidraçado
cheio de plantas (inherte - inerte)
desde antes da memória.
primogénita de um amor frustrado
em lembranças devastadas por uma natureza quebrada
em cartas caducadas
de espionagens malogradas, espelhos e choros.
Morrerei sentada num trono dourado
vi-o
cabelos brancos e espinhos coroarão meu rosto
perdido no reflexo de um jardim do norte.
 
(ainda queres mais?
não existe.
esta língua
está morta)