Teenage Mother
they talk to me,
the day you were born,
as though another me stepped out
and never returned, my very own
double image, retreating, and for years
I only know knees of the dirty kind,
hands which would struggle to pick up
a small stone, a halo fastened at the neck.
There is a world in which I never had you,
the handle to my parent’s bedroom door
was missing, leaving behind a small
square eye hole, just above bed height.
I carried love around with me like milk
in a shallow bowl, watching it lapping the sides,
each drop bleaching my skin, there were days I broke
our home with only a few words,
I am not your mother. Mother
has gotten itself stuck in my throat,
grown like a tumour or a foetus
but faster, from poppy seed to broad bean
until it’s swollen so hard I can’t
say anything more. In your bunk bed,
behind your back, I lie, holding on
to your plaited hair like a rope.
Mãe adolescente
eles falam comigo,
no dia em que nasceste,
como se outro eu tivesse saído
e nunca mais voltado, a minha muito própria
dupla imagem, retrocedendo, e durante anos
Só conheço joelhos do género sujo,
mãos que lutariam para agarrar
uma pequena pedra, um halo preso ao pescoço.
Há um mundo no qual nunca te tive,
a maçaneta da porta do quarto dos meus pais
estava em falta, deixando para trás um pequeno
buraco de olho quadrado, logo acima da altura da cama.
Transportei o amor em volta comigo como leite
numa tigela rasa, observando-a lambendo as bordas,
cada gota clareando a minha pele, houve dias que quebrei
a nossa casa com apenas algumas palavras,
Não sou a tua mãe. a mãe
ficou ela própria encurralada na minha garganta,
crescida como um tumor ou um feto
mas mais veloz, de semente de papoula a fava
até ficar tão inchada que não consigo
dizer mais. No teu beliche,
nas tuas costas, eu minto, agarrando-me
ao teu cabelo entrançado como uma corda.