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sábado, outubro 26, 2024

pamela cuenca

 
Fui universo, granitos de arena alrededor del tiempo. Fui lluvia, mojando las calles para hacer espejos. Fui tierra, en mí nacieron pequeñas raíces que se sujetaban suavemente. Fui equilibrio, una cuerda floja de la que siempre caía, al revés. Un témpano de hielo atravesó mi oído izquierdo, un soplo caliente lo derritió todo. Soy un hombre que no mira pero lo ve todo. Soy un vestigio de estrella que aún brilla aunque esté muerta. Agujeros negros para que jamás comprendan lo que escribo. El que no siente no se puede quedar a juntar las cáscaras de naranja. Cascadas se levantan para abrazar mi espalda, cae ligero el aire para no mantenerse siempre invisible.
Pedir amor como raciones de alimento en la guerra más oscura. Luciérnagas se encienden para apagarse. Fui encierro, una niña sin pies que baila en estacas. Fui escalera, los caminantes ascendieron pisando cada escalón y me dolía. Fui alcancía, un anciano me llenaba de monedas, para romperme. Un candelabro que ilumina la habitación donde una mujer—andamio se desarma todas las partes.
 
 

 
 
Estive universo, granitos de areia em volta do tempo. Estivei chuva, molhando as ruas para fazer espelhos. Estive terra, em mim nasceram pequenas raízes que se seguravam no suave. Estive equilíbrio, uma corda frouxa da qual sempre caía, ao contrário. Um iceberg de gelo atravessou o meu ouvido esquerdo, um sopro quente derreteu tudo. Estou um homem que não olha, mas vê tudo. Estou um vestígio de estrela que continua a brilhar depois de morta. Buracos negros para que nunca compreendam o que escrevo. Quem não sente não pode ficar a juntar as cascas de laranja. Cachoeiras levantam-se para abraçar as minhas costas, cai leve o ar para não se manter sempre invisível.
Pedir amor como ração de comida na guerra mais escura. Pirilampos acendem-se para se apagarem. Fui confinada, era uma criança sem pés que dançava em estacas. Fui escada, os caminhantes subiam pisando cada degrau e doía-me. Fui mealheiro, um idoso encheu-me de moedas, para me quebrar. Um candelabro que ilumina o quarto onde uma mulher-andaime é desarmada de todas as partes.