Aquí la papeleta de mi vida
aquí con mi madre y en medio de las dos
azulino pantano
aquí con mi madre y en medio de las dos
azulino pantano
Presa sardesca de madre / acuosa mano de hija
En cada zapatazo / nuestra vida mutua es nubífera
se veía más pálida
lampiña
con intensa olorosa ausencia
No era cerúleo maya
de súbita planta
se mantuvo en nuestra choza
atribulada
por mis saltos en ventanas
por golpes de padrastro en sienes
en mi cuerpo de estambre
Se confió al descosido pez
Yo le insinuaba
a todo aquello / columna de extinción
cuando mi madre decía:
—En miércoles están apariciones
Al otro lado de la barda
donde no está Morelia vasta / resbaladilla
recibía mis orines
para no ir por fusiforme campana
No pedía alegría / se apaga del vaso la ayuda
PEDÍA
la súplica del que lleva décadas en una caja siendo zapatos
QUERÍA
que mi madre / usara derrengados calzados
de mujer carcasa yendo al trabajo / y no quedarme
Aqui está a cédula da minha vida
aqui com a minha mãe e no meio das duas
azul-bebé pântano
PEDÍA
la súplica del que lleva décadas en una caja siendo zapatos
QUERÍA
que mi madre / usara derrengados calzados
de mujer carcasa yendo al trabajo / y no quedarme
Aqui está a cédula da minha vida
aqui com a minha mãe e no meio das duas
azul-bebé pântano
Presa sardónica de mãe / aquosa mão de filha
A cada queda / a nossa vida mútua é nubífera
parecia mais pálida
imberbe
com intensa fétida ausência
Não era cerúleo maia
de súbita planta
manteve-se na nossa cabana
atribulada
pelos meus saltos das janelas
pelos socos de padrasto nas têmporas
no meu corpo de estame
Confiou-se ao descosturado peixe
Eu fazia associações
com tudo isso / coluna de extinção
quando a minha mãe dizia:
- Na quarta-feira há aparições
Do outro lado da cerca
onde não está Morélia vasta / o escorrega
recebia as minhas urinas
para não ir ao fusiforme sino
Não pedia alegria/ apaga-se da taça a ajuda
PEDIA
a súplica de quem acumula décadas numa caixa sendo sapatos
QUERIA
que a minha mãe/ usasse sapatos derrengados
de mulher carcaça indo para o trabalho / e não ficar
PEDIA
a súplica de quem acumula décadas numa caixa sendo sapatos
QUERIA
que a minha mãe/ usasse sapatos derrengados
de mulher carcaça indo para o trabalho / e não ficar