Mostrar mensagens com a etiqueta liliana flores hilario. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta liliana flores hilario. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, novembro 04, 2024

liliana flores hilario


Desierto
 
Arena más arena y nos hundimos en el destierro
sol más sol y nos quemamos en silencio
palmera más palmera y nos quedamos sin frutos
edificio más edificios y nos quedamos ausentes.
 
A este cadáver le falta un trébol de cuatro hojas
yo soy la arena fría y cálida que se extiende
soy la palmera solitaria en una playa nocturna
y no un edificio con decoraciones superficiales
llevo la fuerza de la marea en una noche de lobos.
 
Desprecien mis ojos de arena más vidrio
tengo orgullo de paria que conquista la palabra
contengo el verbo del cosmos y creo mundos
quiero beber el viento con mi piel para expandirme
sostener el futuro con estas manos laceradas.
 
A este cadáver le crecen flores entre los huesos
y aunque a veces estoy triste hasta la médula
me sobra la fe en la palabra que me reinventa
existo a través del verso bajo la arena, a pesar del olvido.
 
Desprecien mis ojos, mis manos, mi alma, mi poesía
desde el dolor, la decepción y la resignación
se escribe mejor.
Despréciame así olvidaré sin titubeos ni esperanzas vanas
desde la miseria y el infortunio
se escribe mejor.
Arena más arena eso soy
 

 
 
Deserto
 
Areia e mais areia e naufragamos no desterro
sol e mais sol e ardemos em silêncio
palmeira e mais palmeira e ficamos sem frutos
edifício e mais edifício e ficamos ausentes.
 
A este corpo falta-lhe um trevo de quatro folhas
sou a areia fria e quente que se dissemina
sou a palmeira solitária numa praia noturna
e não um edifício com decorações de superfície
carrego a força da maré numa noite de lobos.
 
Desprezem os meus olhos de areia e vidro
tenho orgulho de pária que conquista a palavra
contenho o verbo do cosmos e crio mundos
quero beber o vento com a minha pele para me expandir
suster o futuro com estas mãos dilaceradas.
 
A este cadáver crescem-lhe flores entre os ossos
e embora às vezes esteja triste até à medula
resta-me a fé na palavra que me reinventa
existo através do verso debaixo da areia, apesar do esquecimento.
 
Desprezem os meus olhos, as minhas mãos, minha alma, a minha poesia
a partir da dor, a  deceção e a resignação
escreve-se melhor.
Despreza-me assim esquecerei sem hesitações ou esperanças vãs
a partir da miséria e do infortúnio
escreve-se melhor.
Areia e mais areia é o que sou