La Venus de las piedras
Tendré que engendrar hace mil años
–cuánto ansío tocar puerto–
a una humanidad distinta.
Ni primera ni última,
no pasada ni futura
–hace mil años promete el día de mañana.
Una humanidad no menos cruel.
No más ingenua.
Ama a sus madres y a sus hijos con igual fervor,
y con ese mismo amor mata a sus madres y a sus hijos.
Pero distinta
porque conoce piedras diferentes.
Piedras que guardan hueso,
azúcar o lumbre,
hablan profecía y lloran lágrimas
formadas en torno a un eclipse mínimo.
No son nuestras
y no las deseo para los míos.
Engendraré tal humanidad,
cualquier cosa por un cuerpo inmediato.
Un cuerpo hoy,
de piedra presente.
A Vénus das pedras
Terei que gerar há mil anos
- quanto anseio atracar -
uma humanidade diferente.
Nem primeira nem última,
não passada nem futura
- há mil anos promete o dia de amanhã.
Uma humanidade não menos cruel.
Não mais ingénua.
Ama as suas mães e os seus filhos com igual fervor,
e com esse mesmo amor mata as suas mães e os seus filhos.
Mas diferente
porque conhece pedras diferentes.
Pedras que conservam osso,
açúcar ou lume,
dizem profecias e choram lágrimas
formadas à volta de um eclipse mínimo.
Não são nossas
E não as quero para os meus.
Engendrarei tal humanidade,
qualquer coisa por um corpo imediato.
Um corpo hoje,
de pedra presente.
Tendré que engendrar hace mil años
–cuánto ansío tocar puerto–
a una humanidad distinta.
Ni primera ni última,
no pasada ni futura
–hace mil años promete el día de mañana.
Una humanidad no menos cruel.
No más ingenua.
Ama a sus madres y a sus hijos con igual fervor,
y con ese mismo amor mata a sus madres y a sus hijos.
Pero distinta
porque conoce piedras diferentes.
Piedras que guardan hueso,
azúcar o lumbre,
hablan profecía y lloran lágrimas
formadas en torno a un eclipse mínimo.
No son nuestras
y no las deseo para los míos.
Engendraré tal humanidad,
cualquier cosa por un cuerpo inmediato.
Un cuerpo hoy,
de piedra presente.
A Vénus das pedras
Terei que gerar há mil anos
- quanto anseio atracar -
uma humanidade diferente.
Nem primeira nem última,
não passada nem futura
- há mil anos promete o dia de amanhã.
Uma humanidade não menos cruel.
Não mais ingénua.
Ama as suas mães e os seus filhos com igual fervor,
e com esse mesmo amor mata as suas mães e os seus filhos.
Mas diferente
porque conhece pedras diferentes.
Pedras que conservam osso,
açúcar ou lume,
dizem profecias e choram lágrimas
formadas à volta de um eclipse mínimo.
Não são nossas
E não as quero para os meus.
Engendrarei tal humanidade,
qualquer coisa por um corpo imediato.
Um corpo hoje,
de pedra presente.