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quinta-feira, maio 23, 2024

luisa manero serna


La Venus de las piedras
 
Tendré que engendrar hace mil años
–cuánto ansío tocar puerto–
a una humanidad distinta.
Ni primera ni última,
no pasada ni futura
–hace mil años promete el día de mañana.
 
Una humanidad no menos cruel.
No más ingenua.
Ama a sus madres y a sus hijos con igual fervor,
y con ese mismo amor mata a sus madres y a sus hijos.
 
Pero distinta
porque conoce piedras diferentes.
Piedras que guardan hueso,
azúcar o lumbre,
hablan profecía y lloran lágrimas
formadas en torno a un eclipse mínimo.
No son nuestras
y no las deseo para los míos.
 
Engendraré tal humanidad,
cualquier cosa por un cuerpo inmediato.
Un cuerpo hoy,
de piedra presente.
 
 
 
 
 
A Vénus das pedras
 
Terei que gerar há mil anos
- quanto anseio atracar -
uma humanidade diferente.
Nem primeira nem última,
não passada nem futura
- há mil anos promete o dia de amanhã.
 
Uma humanidade não menos cruel.
Não mais ingénua.
Ama as suas mães e os seus filhos com igual fervor,
e com esse mesmo amor mata as suas mães e os seus filhos.
 
Mas diferente
porque conhece pedras diferentes.
Pedras que conservam osso,
açúcar ou lume,
dizem profecias e choram lágrimas
formadas à volta de um eclipse mínimo.
Não são nossas
E não as quero para os meus.
 
Engendrarei tal humanidade,
qualquer coisa por um corpo imediato.
Um corpo hoje,
de pedra presente.