segunda-feira, novembro 11, 2024

nara mansur


Fábula
 
Ella dice
cuenco manto hídrico oleada cliché
“No estoy perdida, ¿me cerrás la puerta?”
me barre junto al polvo enamorado
me esconde junto a la pelambre de la silla:
Una madre vigila y se sumerge patas adentro.
Dice “No más” y también “No me gustan las cosas divertidas”
es coreana; dibuja los silencios con mi boca
crece hasta el cielo de mi antigua moral
está a punto de mecerme, de echarme sobre sus hombros
–que el horno caliente al horno, al fuego
sin su cabeza dentro, sin mi cabeza dentro– digo
y también, que estire los pies sin abandonarme.
Una madre espera siempre ser superada.
Sabía que tenía que decirte una palabra y su eco
es decir, palabra en dos, en tres, facetada
como diamante en bruto
este tipo de confesiones E m i l i a.
Una a veces dice lo que piensa y te matan
o te lavan toda con formol para que aséptica vuelvas
a la hija nuevamente
a sus brazos más lánguidos que los tuyos
a sus brazos en forma de pregunta, de escarnio
porque es un amor impúdico el de la niña propia
la que engendras y heredas a un mismo tiempo.
Una madre se vuelve ajena para sí misma.
 


Fábula
 
Ela diz
bacia manto de água onda lugar-comum
"não estou perdida, fechas a porta?"
varre-me com o pó apaixonado
esconde-me ao pé da trunfa da cadeira:
Uma mãe vigia e mergulha as pernas dentro.
Diz "Mais não" e também "não gosto de coisas divertidas"
é coreana; desenha os silêncios com a minha boca
cresce até o céu da minha antiga moral
está prestes a mexer-me, a por-me em cima dos ombros
- que o forno aqueça ao forno, ao fogo
sem a sua cabeça dentro, sem a minha cabeça dentro- digo
e também, para esticar os pés sem me abandonar.
Uma mãe sempre espera ser superada.
Sabia que tinha de dizer-te uma palavra e o seu eco
ou seja, palavra em dois, em três, facetada
como diamante bruto
este tipo de confissões E m í l i a.
Uma pessoa às vezes diz o que pensa e matam-na
ou lavam-na toda com formol para que asséptica volte
para a filha novamente
para os seus braços mais lânguidos do que os teus
para os seus braços em forma de pergunta, de escárnio
porque é um amor impudico o da menina própria
aquela que geras e herdas ao mesmo tempo.
Uma mãe torna-se estranha para si mesma.