domingo, novembro 10, 2024

andrea lópez montero


Panorámica del cimiento I
 
Existe la tierra firme y luego esta otra que nos crece bajo los pies. Esta tierra movediza de la incógnita, toda creciendo a la vez que nos crece el llanto, que se hace rojo con la intensidad de toda la sangre, color rojo amapola encendido. Con la locura que tiñe el sueño que no deseo, rojo párpado apretado. Existe esta tierra otra, crecida sobre el cuerpo, tejiéndonos los músculos. De espera anunciada, de otoño que adelanta. Esta tierra única que vive eternamente y nace cada día. Esta humedad que sube las paredes y va ahuecando de amarillo hasta el espejo, que crece amarillo debajo de la piel y lo enferma todo. Las mañanas se vuelven de madera con la opacidad que encierra el desentendimiento.
 
No comprender el ritmo del latido y sin embargo el latido, indiferente. La pelea en la sombra del ánimo, las formas renovadas que nos suenan. Avanzar en círculos estáticos y luego este infinito tan escaso. Esta esterilidad sembrada que crece con la blancura azul de un químico. Este azul saturado, esta sangre equivocada que lo tiñe todo. Este blanco inmenso. Esta suciedad de blanco, este amarillo de nuevo.
 
Esta inmensidad creciendo en gris, crecimiento de ceniza.
 
Existe la tierra firme y luego esta otra que se está acabando.
 
 
 
 
Panorâmica das fundações I
 
Está a terra firme e depois uma outra que cresce debaixo dos nossos pés. Essa terra movediça do desconhecido, todas crescendo ao mesmo tempo que crescem as nossas lágrimas, crescendo toda ao mesmo tempo que em nós cresce o pranto, que se torna vermelho com a intensidade de todo o sangue, cor vermelha da papoila acesa. Com a loucura que tinge o sonho que não desejo, pálpebra vermelha apertada. Existe essa outra terra, crescida sobre o corpo, tecendo os nossos músculos. De espera anunciada, de outono  a chegar mais cedo. Essa terra única que vive eternamente e nasce todos os dias. Essa humidade que trepa pelas paredes e vai esvaziando de amarelo até o espelho, que cresce amarelo debaixo da pele e faz adoecer tudo. As manhãs tornam-se de madeira com a opacidade que encerra o desentendimento.
Não entender o ritmo do batimento cardíaco e, porém, o batimento, indiferente. A peleja na sombra do ânimo, as formas renovadas que nos parecem conhecidas. Avançar em círculos estáticos e depois este infinito tão escasso. Esta esterilidade semeada que cresce com a brancura azul de um químico. Este azul saturado, este sangue errado que tinge tudo. Este branco imenso. Esta sujidade de branco, este amarelo outra vez.
 
Esta imensidão crescendo em cinzento, crescimento de cinzas.
 
Está a terra firme e depois esta outra que está a acabar.