segunda-feira, setembro 02, 2024

celsa acosta

  
Una noche con Paúl Celan
 
Todo aquí parece cavar.
Una mano esparce cuentas de hierro
sobre la mesa.
Un mar calla
adentro de tus ojos.
 
Alguien talla
una rosa de sangre,
 
Alguien que no puedo ver
está cavando
detrás de la pared
siento su voz de piedra.
 
No debo pronunciar tu nombre,
 
afuera
un pájaro
hunde su vuelo en la noche,
afuera
otro pájaro deambula
en las ramas de un Nim.
 
Escurro el sueño
en la mecha de una
                                 vela,
sopla el viento
su trompa de fuego
para encender los párpados.
 
 
 
 
 
 
Uma noite com Paul Celan
 
Tudo aqui parece cavar.
Uma mão espalha troços de ferro
sobre a mesa.
Um mar cala
dentro dos teus olhos.
 
Alguém talha
uma rosa de sangue,
 
Alguém que não consigo ver
está a cavar
atrás da parede
sinto a sua voz de pedra.
 
Não devo pronunciar o teu nome,
 
lá fora
um pássaro
afunda seu vôo na noite,
lá fora
outro pássaro deambula
nos ramos de uma Amargosa.
 
Escorro o sono
na mecha de uma
                                 vela,
sopra o vento
a sua tromba de fogo
para acender as pálpebras.