quarta-feira, junho 26, 2024

salomé ballestero

  
LA ESCRITORA
 
cayó un meteorito en Sierra Morena
pero la planta no lo sabe
esa planta tuya del alféizar
gris oscuro me recuerda un cartel
de cactus visite Paraguay
un cartel de agencia quebrada
nadie riega
tu planta forrada de plástico
no puede esconderse no sabe
en el azulejo sin reformar
 
sospecho que la palabra estornudo
va a dar mucho juego en este poema
es casi orgánica del mismo yeso
que tu baño sin reformar
y que las nubes solo que
sin tanto mecanismo
 
me asombro lucifer del estornudo
gris oscuro del polvo de tu alféizar
me asombro oscura y dolorida
de la burbuja al compás
de los veinte sillones articulados
 

 
 
 
A ESCRITORA
 
caiu um meteorito na Sierra Morena
mas a planta não sabe
essa tua planta do peitoril
cinza escuro lembra-me um cartaz
de catos visite o Paraguai
um cartaz de agência quebrada
ninguém rega
a tua planta forrada de plástico
não se pode esconder não sabe
na telha sem restauro
 
suspeito que a palavra espirro
vai dar muito jogo neste poema
é quase orgânica do mesmo gesso
que a tua casa de banho sem reparação
e que as nuvens só que
sem tanto mecanismo

espanto-me lúcifer do espirro
cinza escuro do pó do teu peitoril
espanto-me escura e dolorida
da bolha ao compasso
das vinte cadeiras articuladas