domingo, abril 28, 2024

maría teresa sánchez



LA PUERTA
 
He cerrado la puerta. Nadie entre,
Nadie por su dintel penetre.
Con dedos de silencio
Mis recuerdos dibujan sus fantasmas.
 
Ni el viento
Conquistará mi férrea Fortaleza,
mi sola, invulnerable ciudadela,
con sus soldados altos de silencio.
 
He cerrado la puerta. Afuera
Piafan finos caballos de Guerra,
Hombres preparan fleches y ballestas.
 
Y me asomo de pronto. Abro la puerta:
nada turba en su paz mi ciudadela.
Pero en sus sótanos, hondos secretos
Bullen como fantasmas, los recuerdos.

 
 
 
A PORTA
 
Fechei a porta. Ninguém entre,
Ninguém pelo seu dintel penetre.
Com dedos de silêncio
As minhas lembranças desenham os seus fantasmas.
 
Nem o vento
Conquistará a minha férrea Fortaleza ,
a minha única, invulnerável cidadela,
com os seus soldados altos de silêncio.
 
Fechei a porta. Lá fora
Piafam finos cavalos de Guerra,
Homens preparam flechas e bestas.
 
E de repente desponto. Abro a porta:
nada perturba na sua paz a minha cidadela.
Mas nas suas caves, fundos segredos
borbulham como fantasmas, as lembranças.