sábado, dezembro 14, 2024

melissa valverde gamboa

 
                         A las plantas que no sobrevivieron.
 
Antes tenía mala mano,
todas las plantas que traía conmigo,
salían en una bolsa negra para la basura.
Para poder cuidarlas
tuve que aprender a querer mis ojeras.
Darme cuenta que esta especie
necesita del incendio del mediodía,
sentirse empática
y dejar de fingir sobriedad.
Hoy solo quiero
dejar mi cuerpo morir un poco,
mojarlo en mis propias aguas
y consumirlo en su tierra.
Buscar lo que me embriaga.
Gracias a las plantas,
cuido mis manos
porque sé que son semillas
y encomiendo mis latidos ingenuos al sol
para con cada palabra poderme sanar.
 
 

 
 
                      Às plantas que não sobreviveram.
 
Antes eu tinha má mão,
todas as plantas que trazia comigo,
saíam num saco preto para o lixo.
Para poder tratar delas
tive de aprender a amar as minhas olheiras.
Perceber que esta espécie
precisa do incêndio do meio-dia,
sentir empatia
e parar de fingir sobriedade.
Hoje só quero
deixar o meu corpo morrer um pouco,
molhá-lo nas minhas próprias águas
e consumi-lo na sua terra.
Procurar o que me embriaga.
Graças às plantas,
trato das minhas mãos
porque sei que são sementes
e eu confio os meus batimentos ingénuos ao sol
para com cada palavra me poder curar.