quinta-feira, julho 11, 2024

gloria alvitres aliaga


Levantarte un día y que llueva dentro de ti
 
Llueve dentro de tus órganos más queridos. Vives el día lloviendo, comes lloviendo, escribes lloviendo sin sol o arcoíris, sólo agua corriendo entre tus arterias.
 
Tu ser se vuelve líquido, atraído por los espejos, los charcos en el camino, el río voluble y la laguna-madre. Queda la sensación de ser como la fuente, hecha de recorridos pantanosos, sombreada a lápiz carbón. Ser la yakumama1 en su forma serpenteante, porque toda agua es camino de redención.
 
El ciclo se completa al llegar a las alturas, entre gigantes y rocas cautivas. Las rutas hacia el destino son extravagantes y cóncavas. Ya no eres agua, tu cuerpo se ha fragmentado en diminutos algodones. Aprendes a nevar. Tu nuevo estado es el hielo, los nuevos azules decoran el horizonte.
 
 


Acordares um dia a chover dentro de ti
 
Chove dentro dos teus órgãos mais queridos. Vives o dia a chover, comes a chover, escreves a chover sem sol ou arco-íris, só água correndo entre as tuas artérias.
 
O teu ser torna-se líquido, atraído pelos espelhos, as poças no caminho, o rio volúvel e a lagoa-mãe. Resta a sensação de ser como a fonte, feita de percursos pantanosos, sombreada a lápis carbono. Ser a yakumama1 na sua forma serpenteante, porque toda a água é caminho de redenção.
 
O ciclo completa-se ao chegar às alturas, entre gigantes e rochas cativas. As rotas para o destino são extravagantes e côncavas. Já não és água, o teu corpo fragmentou-se em pequenos algodões. Aprendes a nevar. O teu novo estado é o gelo, os novos azuis decoram o horizonte.