terça-feira, fevereiro 20, 2024

valentina galindez


Cuerpo de hombre, negras espinas, muslos negros, te pareces al cielo en tu actitud de calma
mi cuerpo de preguntas suspendidas te reposa hace sentar a la hija del fondo del Atlántico
fui nunca como campo abierto, hasta que llegaste. De mí venían las mariposas,  y en mí  el día  se retiraba débil.
para matarme te dejé moldearte como una flor,
como lirio en mi jardín, como jacarandá en mi entrada. pero cae el tiempo de la paz,
y te odio.
cuerpo de  escama, de fango, de crema agria y floja.
¡ah, los recipientes del pecho! ¡ah, los ojos de ensueños!
¡ah, las erectas ramas! ¡ah, tu voz ávida y presente! cuerpo de hombre tuyo, huiré en tu rechazo
mi seca boca, mi limitado deseo, el seguro sendero que socavo.
luminosos ríos nos recorren, donde los labios beben sin miedo y el cansancio sigue como siempre
y la finita línea de una ausencia
 

 
Corpo de homem, espinhos negros, coxas pretas, pareces o céu na tua atitude calma
o meu corpo de perguntas suspensas repousa-te faz sentar a filha do fundo do Atlântico
nunca fui como campo aberto, até chegares. De mim vinham as borboletas, e em mim o dia retirava-se débil.
para me matar deixei que te moldasses como uma flor,
como lírio em meu jardim, como jacarandá na minha entrada. mas cai o tempo da paz,
e odeio-te.
corpo de escamas, de lama, de creme azedo e frouxo.
ah, os recipientes do peito! ah, os olhos de sonho!
ah, os  eretos ramos! ah, a tua voz ávida e presente! corpo de homem teu, fugirei em tua rejeição
a minha boca seca, o meu desejo limitado, o trilho seguro que corroo.
luminosos rios nos percorrem, onde os lábios bebem sem medo e o cansaço continua como sempre
e a finita linha de uma ausência