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quinta-feira, janeiro 11, 2024

julia otxoa


DESVANECIDA
 
Mientras Vasili Kandinsky inauguraba con su pintura el arte abstracto,
en Europa estallaba la Primera Guerra Mundial, luego vino la segunda,
 
y el poeta René Char escribió aquello de:
 
«¡Oh Historia! El mundo ha caminado tanto desde tu llegada,
que no es más que una vasija de huesos,
un voto de crueldad.
 
¡Oh, dama desvanecida, sirvienta del azar...!».
 
Vivimos un siglo bárbaro.
 
Pero ¿cuál no lo fue?
A lo largo de la historia de los hombres,
los asuntos de nuestra condición
han sido llevados siempre a lomos de la violencia y la intolerancia.
Nuestros armarios han estado más de una vez llenos de muertos.
 
Con orgullo hemos arrojado a las llamas los grandes libros del pensamiento,
 
ignorando la vida,
 
alzándonos sobre nuestras propias ruinas con el aroma de las cosas
arrancadas.
 
Todo parece indicar
que extraños Homo sapiens bajo la bóveda del cielo, envanecidos, ebrios de desconocimiento,
vamos con mucha prisa hacia ninguna parte.
 
 
 
DESVANECIDA
 
Enquanto Vasili Kandinsky inaugurava com sua pintura a arte abstrata,
na Europa estalava a Primeira Guerra Mundial, depois veio a segunda,
 
e o poeta René Char escreveu aquela coisa:
 
«Ó História! O mundo tem andado tanto desde a tua chegada,
que não é mais que um vaso de ossos,
um voto de crueldade.
 
Ó senhora desvanecida, serva do acaso...!».
 
Vivemos um século bárbaro.
 
Mas qual deles o não foi?
Ao longo da história dos homens,
os assuntos da nossa condição
foram sempre levados às costas da violência e da intolerância.
Os nossos armários estiveram mais de uma vez cheios de mortos.
 
Com orgulho lançámos às chamas os grandes livros do pensamento,
 
ignorando a vida,
 
levantando-nos sobre as nossas próprias ruínas com o aroma das coisas
arrancadas.
 
Tudo parece indicar
que estranhos Homo sapiens sob a abóbada do céu, inchados, ébrios de desconhecimento,
Vão com muita pressa para lado nenhum.